terça-feira, 28 de setembro de 2010

COMO ANDA A SUA SAÚDE?

Síndrome de burnout afeta quem lida diretamente com público
Uma doença moderna é cada vez mais comum no Brasil e no mundo. É a síndrome de burnout, que, em tradução livre, quer dizer esgotamento profissional depois de muito estresse no trabalho, especialmente de quem lida diretamente com o público.
Na sala de aula, professores à beira de um ataque de nervos. Na emergência superlotada, pacientes insatisfeitos e enfermeiros com medo de agressões. Quando o trabalho de quem lida com o público vira sofrimento, motivo de desânimo e estresse, o profissional adoece. É cada vez maior o número de pessoas que sofrem da síndrome de burnout, uma doença do trabalho que já se tornou um problema de saúde pública. “As categorias mais atingidas são os professores, médicos e enfermeiros. Dentro da área de saúde, citam-se ainda dentistas e, em outras áreas, encontramos relatos em relação a policiais e jornalistas”, diz o pesquisador Waldemir Borba.
A síndrome de burnout está associada a alguns fatores: condições de trabalho, altos índices de violência, acúmulo de empregos e pressão do público.A doença, na maioria das vezes, não é identificada pelo profissional. Ele não consegue enxergar no trabalho a origem do esgotamento físico e mental e, muito menos, reconhece que está doente e que precisa de ajuda.“A partir do momento que a gente identifica que não é um estresse comum, que é algo a mais, a gente começa a parar pra pensar um pouquinho na gente”, diz Cleoneide Gerônimo, professora.
Dezesseis anos de profissão, três empregos ao mesmo tempo. Uma enfermeira adoeceu e faz tratamento psicológico pra se livrar dos sintomas. “Emocionalmente, tristeza profunda e angústia, e, fisicamente, dores, no corpo todo”, diz a profissional, que não quis se identificar. Jaqueline Brito, pesquisadora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), entrevistou 265 professores e descobriu que 55% deles estavam com alto nível de exaustão emocional por causa do trabalho. “Trabalhar com gente adoece, e não é pouco. E não é o adoecer físico. É o adoecer mental”, diz Jaqueline.

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