sexta-feira, 15 de outubro de 2010

HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA

África e Brasil, uma história em comum

Contar a história do Brasil sem mencionar a presença do povo africano seria um erro. Afinal, a identidade da Nação brasileira tem forte influência dos negros, principalmente dos africanos, que foram escravos no Brasil no século XIX. Antes mesmo de conquistarem a liberdade, em 1888, eles já contribuíam muito para enriquecer a nossa cultura em todos os campos - como a dança, a música e as artes em geral.

Vamos conhecer um pouco mais sobre a África

Alguns cientistas dizem que o Brasil já fez parte de um mesmo continente, junto com a África. É só você olhar no mapa de cada um e perceber que eles se encaixam, como se fossem peças de um quebra-cabeças. O continente africano é o segundo maior do mundo, perdendo só para a Ásia. O deserto do Saara, o maior do planeta, fica na África.

Na África, há cerca de 800 milhões de habitantes. Nossa, quanta gente! (O Brasil, país grande que é, possui um pouco mais de 180 milhões.) O clima na África é diferente do clima tropical do Brasil, pois lá é quente e seco. É, aliás, um dos lugares mais quentes do globo.

Segundo a religião predominante entre os africanos, Deus se manifesta por meio de todos os seres, da natureza e dos astros. Como existem muitas guerras civis e conflitos étnicos na África, a religião acaba sendo um refúgio para o povo, que passa a ter mais esperanças.
A África tem 53 países independentes, com níveis bem diferentes entre si de desenvolvimento econômico. Igual mesmo só a fome, que é muito grande no continente inteiro. Apesar desses problemas, a diversidade cultural é imensa.

Escravos no Brasil

A escravidão é um sistema de trabalho desumano e ultrapassado, mas que infelizmente chegou a ser muito usado no mundo ocidental. O escravo pertencia ao patrão, como se fosse um objeto, e assim podia ser vendido, emprestado, trocado, doado, alugado e confiscado. O escravo não tinha direito nenhum, e não podia comprar terras nem ter bens. Mas, se fizesse algo errado, era castigado de forma violenta.

Os europeus que vinham explorar as riquezas naturais do Brasil precisavam de mão-de-obra, e por isso usavam os escravos. As colônias agrícolas, principalmente no Rio de Janeiro e na Bahia, necessitavam de homens e mulheres para trabalhar nas grandes plantações de açúcar e tabaco.
Os negros trazidos para o Brasil eram prisioneiros de guerra, pessoas que deviam dinheiro ao governo africano. Eles eram transportados para cá nos chamados “navios negreiros”.
Eles também eram trocados por artigos como pólvora, armas, tecidos e bebidas. Portanto, os escravos tinham essas duas funções: a de troca (valiam como dinheiro) e a de mão-de-obra (uso da força, do trabalho). No Brasil, o fim da escravidão aconteceu quando a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, em 1888.
Os escravos negros fazem parte da história do Brasil, pois foram fundamentais no desenvolvimento da nossa sociedade. A miscigenação com esse povo fez do Brasil o que ele é hoje: um país com uma bela diversidade étnica, que o torna muito agradável e culturalmente rico.
Racismo, as diferenças continuam
Em maio de 2005
"Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!"
Essa é uma das frases do célebre discurso de Martin Luther King, "Eu tenho um sonho". Luther King era um pastor negro e um dos principais líderes do movimento norte-americano contra o racismo.Ele lutou até morrer por um tratamento igual e por uma melhoria da situação da comunidade negra do seu país e do mundo, liderando protestos (manifestações) pacíficas e fazendo discursos emocionantes sobre a necessedidade do fim da desigualdade racial.

Certamente, o mundo será muito melhor quando acabar a discriminação entre as pessoas por causa da cor, religião ou qualquer outra diferença. E não há data melhor para refletirmos sobre o assunto do que o dia 13 de maio. Afinal de contas, no dia 13 de maio de 1888 - há exatos 118 anos - , a princesa Isabel decretava o fim da escravidão . Esta data deve servir para pensarmos, compreendermos e valorizarmos a riqueza cultural dos negros no Brasil.
Escravidão no Brasil 
Por mais de 300 anos, a escravidão foi a forma de trabalho mais comum no Brasil. E olha só, a escravidão é uma coisa muito ruim, viu? Você sabe direitinho como ela funciona? A gente explica: a escravidão acontece contra a vontade do trabalhador. Ele trabalha à força e não recebe salário nenhum. A pessoa escravizada não tem direitos pois é propriedade do seu dono, como se fosse um carro, por exemplo.

Os negros eram capturados de suas tribos na África - nagôs da Nigéria, geges do Naomé, bantos da Angola, benguelas... Trazidos à força para o Brasil, vinham nos porões dos navios negreiros, em péssimas condições, sem espaço, água e alimentos suficientes para a viagem de barco, que naquela época durava entre 30 e 40 dias. Aqueles que morriam por causa das condições da viagem eram simplesmente jogados no mar. O ponto de chegada dos navios era geralmente Salvador e Recife, um tempo depois o Rio de Janeiro passou a fazer parte da rota.
Durante muito tempo, o tráfico de escravos foi um bom negócio. Tanto para os homens que vendiam quanto para os que compravam. E quem comprava? Eram os senhores de engenho do Nordeste, os plantadores de café e mineradores da região Sudeste.
A escravidão não acabou simplesmente por decreto. A princesa Isabel (você sabe qual era o nome completo dela? Olha só que enorme: Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon Bragança e Orléans!) foi uma personagem importante nessa história, mas rolaram mais coisas para que essa forma de exploração tivesse fim.
 Líderes Negros
Zumbi dos Palmares – A princesa Isabel assinou a Lei Áurea decretando a abolição da escravatura no dia 13 de abril de 1888. Isso foi uma coisa muito legal, mas essa conquista não é só dela. Antes disso, muitos negros já arriscavam suas vidas na luta pela liberdade. Zumbi dos Palmares foi um desses guerreiros. O Zé Plenarinho está doido para conhecer a história de Zumbi, e você? A gente conta!

No comecinho do século XVII (o século XVII vai de 1601 a 1700), uns 40 escravos fugiram dos engenhos de cana-de-açúcar de Pernambuco, até que chegaram à Serra da Barriga, atual Alagoas. Essa região tinha o solo fértil e um monte de palmeiras. Por causa disso, os escravos fugidos, novos habitantes da região, deram o nome ao lugar de Palmares.
Palmares cresceu e se transformou no quilombo (lugar de resistência dos negros) mais importante da história da escravidão no País. O maior líder desse pessoal todo foi um negro guerreiro chamado Zumbi. Os homens brancos e livres tentaram invadir e acabar com Palmares várias vezes. Esse lugar se transformou no centro de resistência contra a escravidão. Lá os negros eram considerados livres.
No dia 6 de fevereiro de 1694, ajudados pelos canhões, soldados abriram caminho, encurralando os negros contra um precipício. Era o fim de Palmares. Mesmo ferido, Zumbi conseguiu fugir e só foi preso quase dois anos depois, quando um negro, em troca da vida, disse onde o líder Zumbi estava escondido. No dia 20 de novembro de 1695, Zumbi foi morto. A data ficou guardada na história: 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra.
Martin Luther King – Martin Luther King nasceu no dia 15 de janeiro de 1929, na Georgia, cidade dos Estados Unidos. Primeiro filho de uma família de negros norte-americanos de classe média, seu pai era pastor de uma Igreja Batista e sua mãe era professora. Com 19 anos de idade, Luther King seguiu os passos do pai e se tornou pastor da igreja.

Ele começou sua luta pelos direitos dos negros em 1955, quando organizou um protesto contra um ato de discriminação de uma passageira negra em um ônibus (nessa época, os negros que estavam sentados no ônibus tinham que dar seus lugares para os brancos).

Por causa desse protesto, que durou um ano, Martin Luther King teve sua casa bombardeada. Se você acha que isso o fez parar, está enganado. Em 1960, ele liderou um montão de protestos em várias cidades norte-americanas contra a separação das raças em hotéis, restaurantes e outros lugares públicos. E foi durante uma dessas manifestações que ele foi preso, acusado de causar desordem pública.

Em 1963, ele entrou para a história com um discurso que fez em Washington. Esse discurso ficou conhecido como "Eu tenho um sonho" (I have a dream, em inglês). Mesmo tendo agido sempre contra a violência, King foi baleado e morto por um branco em 4 de abril de 1968.

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