terça-feira, 26 de outubro de 2010

A NOSSA AMÉRICA


Regionalização da América do Sul
A América do Sul é a área que se estende do sul do istmo do Panamá ao cabo Horn, perfazendo 7 mil quilômetros de extensão. Suas terras atingem a maior largura na altura do equador e se afunilam em direção ao sul do continente americano, onde terminam nos mares austrais, o que explica o seu formato triangular.
Atravessada pela linha do equador no norte do Brasil e do Equador, e no sul da Colômbia, a América do Sul tem uma área de 17 815 000 km2, dos quais cerca de três quartos estão localizados na zona intertropical, ou seja, entre os trópicos de Câncer e Capricórnio. (...)
A constituição física da América do Sul é importante para entender a sua divisão em grupos de países ou conjuntos regionais: as Guianas, os países andinos, o Brasil e os países platinos. Esses são os quatro principais conjuntos geográficos do subcontinente.
As Guianas possuem boa parte de seu território com áreas planálticas e semi-montanhosas pertencentes ao planalto das Guianas.
Os países andinos - Colômbia, Venezuela, Chile, Bolívia, Peru e Equador - possuem territórios com grandes trechos constituídos pela cordilheira dos Andes.
Os países platinos - Argentina, Uruguai e Paraguai - são banhados, em grande parte de seu território, pelos rios formadores da bacia do Prata.
O Brasil é um caso à parte. No seu imenso território, que corresponde a quase metade da América do Sul - 47% das terras sul-americanas são brasileiras -, encontram-se presentes alguns trechos do planalto das Guianas (ao norte) e da bacia do Prata (ao sul).
Os países andinos
Os seis países andinos - Chile, Peru, Bolívia, Equador, Venezuela e Colômbia - possuem características semelhantes tanto pela presença da cordilheira dos Andes em seus territórios quanto pelos traços humanos e culturais.
Hoje, porém, o papel que os Andes desempenham nessa região da América varia de país para país. Na Colômbia, seu papel ainda é marcante: dois terços de sua população se distribuem pelos Andes, onde se localizam Bogotá e Medellín, as duas maiores cidades. Na Venezuela, onde essa cordilheira ocupa uma área muito reduzida da superfície do país, nenhuma cidade importante se localiza ali. No Equador, as camadas mais pobres da população habitam os Andes; no Peru, além de abrigar a população pobre, os Andes abrigam os indígenas e são o foco dos guerrilheiros. Finalmente, é nos Andes que encontramos cerca de três quartos da população da Bolívia e, no Chile, encontramos minas de cobre e fontes de água importantes.
Por outro lado, a população desses países é resultado de uma intensa miscigenação, em que predominam os indígenas e seus descendentes ou os mestiços originados da miscigenação de europeus (especialmente espanhóis) com os habitantes originais da terra, os ameríndios.
Foi nessa região, com centro no atual território do Peru mas estendendo-se por imensas áreas atualmente pertencentes ao Chile, ao Equador e à Bolívia, que se desenvolveu a civilização inca. Essa civilização atingiu um alto grau de desenvolvimento tecnológico (estima-se que os incas conheciam técnicas avançadas de utilização da energia solar, que foram perdidas com a destruição causada pelos colonizadores). O próprio nome Andes é derivado da palavra andenes, terraços construídos pelos incas nessas áreas montanhosas. Muitas ruínas que permanecem até o presente, especialmente no Peru, atestam a grandiosidade da civilização inca. (...)

As Guianas
As Guianas limitam-se ao sul com o Brasil, a oeste com a Venezuela e ao norte com o oceano Atlântico.
É justamente na porção norte, na faixa de terras mais baixas e próximas ao litoral que se concentram cerca de 90% da população total das três Guianas. Aí estão as principais cidades. Para o sul, as terras são planálticas, com algumas grandes elevações (entre 2 000 e 3 000 m, nas fronteiras com o Brasil) e vegetação densa, constituída pela floresta Amazônica.
Até a primeira metade do século XX, as Guianas eram três colônias pertencentes a países europeus: o atual Suriname (pertencente à Holanda), a atual Guiana (à Grã-Bretanha) e a Guiana Francesa (que ainda é um departamento de ultramar da França). (...) As relações dessas três Guianas com os demais países sul-americanos sempre foram frágeis, quase inexistentes. Isso porque a maioria das nações da América do Sul foi colonizada pela Espanha ou por Portugal. (...) Hoje a Guiana e o Suriname tentam timidamente estreitar suas relações comerciais com os demais países da América do Sul, mas até agora não ocorreram grandes avanços.
Países platinos
Os três Estados que formam a América Platina - Paraguai, Argentina e Uruguai - são banhados pelos rios formadores do rio da Prata e possuem uma rica tradição histórica em comum. Durante grande parte do período da colonização espanhola, esses três países fizeram parte de uma única administração. Em 1776, a coroa espanhola decidiu desmembrar o antigo vice-reinado do Peru instalando nessa região o vice-reinado do Prata, que, naquela época, incluía a atual Bolívia.
A colonização dos três países platinos deu-se a partir da navegação fluvial, tendo como ponto de entrada o estuário do rio da Prata, situado entre a Argentina e o Uruguai. Esses três países possuem também uma história de conflitos e de guerras, envolvendo até mesmo o Brasil.
De todos os países sul-americanos, apenas com esses três o Brasil manteve relações mais freqüentes - tanto comerciais quanto militares - durante o período colonial. Assim sendo, não foi por acaso que em 1991 o Estado brasileiro assinou, com essas nações platinas, o tratado que criou o Mercosul (Mercado Comum do Sul). (...)


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