quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

25 DE JANEIRO

DIA DO CARTEIRO
Garantindo a troca de correspondências
     Aguardar ansiosamente a chegada do carteiro foi, durante um longo tempo, a única forma de ter notícias de alguém distante de nós. Até a invenção do telégrafo, do telefone, do rádio e da televisão, o correio era a única maneira segura de dar e receber notícias, trocar idéias e obter informações.
     Hoje, na era das telecomunicações e do correio eletrônico, tornou-se um lugar-comum dizermos que a comunicação não tem fronteiras. Entretanto, existem milhares de pessoas que não têm acesso a telefones, fax, e-mails e às demais formas modernas de comunicação. Esse tema, entre outros, foi tratado de modo comovente por Walter Salles no filme Central do Brasil. A personagem principal, uma professora primária aposentada, garante sua sobrevivência redigindo cartas que as pessoas analfabetas que passam pela Estação Central de trens do Rio de Janeiro querem enviar. São brasileiros que querem localizar seus familiares, dar e receber notícias, revelar seus dramas, mas não sabem nem escrever, nem enviar a carta... Mas acreditam que sempre haverá uma agência de correio ou um carteiro para resolver a entrega.
     O Dia do Carteiro, 25 de janeiro, é uma homenagem a esse profissional que percorre distâncias, muitas vezes enfrentando barreiras difíceis para garantir a informação aos que não dispõem de outras formas de comunicação.

História da profissão de carteiro

     Num passado que alcança 3000 a.C., mensageiros velozes ou corredores decoravam recados e levavam-nos para seus governantes. Não havia demanda para um serviço postal geral porque poucas pessoas sabiam ler ou escrever.
As primeiras cartas foram gravadas em argila ou bronze e, mais tarde, em osso ou madeira, protegidas por um revestimento de cera. Posteriormente passaram a ser escritas em pele de animal ou em materiais de origem vegetal (papiro).
     Cesar Augusto (63 a.C.-14 d.C.), o primeiro imperador romano, criou o primeiro sistema postal moderno. Precisando de comunicações rápidas para manter seu império unido, abriu boas estradas para seus mensageiros. Mas com o final do Império Romano, o sistema postal que criara também desapareceu e não houve muita comunicação entre os povos da Europa, em escala organizada, até o princípio do século XIV. Entretanto, os escritos de Marco Pólo (1254-1324) descrevem na China de Kublai Khan um sistema de mensageiros a cavalo. No século XIII, os astecas do México e da América Central mantinham um sistema de malotes para distribuir peixe fresco entre os seus cidadãos.
     Durante o século XV, o rei Eduardo IV da Inglaterra estabeleceu um sistema de caixas postais destinadas a transportar inicialmente apenas a correspondência oficial. Há registros de que em 1683, cartas podiam ser enviadas para qualquer lugar dentro de Londres. O primeiro selo postal do mundo foi emitido na Grã-Bretanha em 1640.

Os Correios no Brasil
     Com a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500, surgiu a primeira correspondência oficial ligada ao país. Escrita por Pero Vaz de Caminha e enviada a dom Manuel, rei de Portugal, relatava o descobrimento da nova terra. Assim, o documento histórico tido como a certidão de nascimento do Brasil foi escrito em forma de carta. Com ela, estava também sendo escrita a primeira página da história dos correios no Brasil.
     Os primórdios dos serviços postais no Brasil-Colônia ligam-se à precariedade desses serviços em Portugal, que muitas vezes tinha necessidade de recorrer aos serviços das nações vizinhas.
     Durante o período imperial, a chegada da família real ao Brasil abriu caminho para que o serviço postal pudesse se desenvolver, a partir da elaboração do 1º Regulamento Postal do Brasil.
     Quando começou a funcionar oficialmente, em 1798, o Correio Geral da cidade do Rio de Janeiro contava com um administrador, um escrivão, um ajudante, um contínuo e uma balança. Algumas providências importantes foram tomadas, como a criação de caixas postais em 1801. Além disso, em 1844 foram criados os cargos de carteiro para a distribuição domiciliar das cartas e o de pedestre, isto é, auxiliar dos carteiros e condutor dos malotes. Durante seu reinado, Dom Pedro II promoveu grande desenvolvimento nos serviços postais.
     No período republicano, a aquisição de novas máquinas, a ampliação da área de atuação interna e externa, a evolução dos transportes e a implantação do correio aéreo representaram grande avanço na expansão dos serviços às populações de grande parte do país. Nesse sentido, em 1969 foi criada a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), como empresa pública vinculada ao Ministério das Comunicações. Em 1989 iniciou-se a implantação do sistema de franchising para as agências da ECT.
     Hoje a empresa é a maior empregadora do setor público, servindo a 77% dos brasileiros com a entrega domiciliar, contando com 82 mil funcionários, uma frota de 9 mil veículos e um volume diário de 24,9 milhões de objetos.

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