quinta-feira, 24 de março de 2011

COMO TRABALHAR LITERATURA DE CORDEL EM HISTÓRIA

 

O Nordeste do Brasil é terra de cantadores, repentistas, poetas de cordel, contadores de histórias – grandes narradores que formaram um rico fabulário de contos, poemas, histórias de vida comum a todos, histórias de heróis e histórias de trabalho. Mas o grande narrador local da vida nordestina é o poeta de cordel, que desde o fim do século XIX percorria o sertão de feira em feira, de mercado em mercado, cantando seus versos e vendendo seus folhetos.
Impressos em papel pardo, medindo cerca de 12x18 centímetros, com 8, 16 ou 32 páginas e ilustrados com xilogravuras, os folhetos servem de suporte material para a chamada “literatura popular em verso” encontrada no Nordeste brasileiro e também conhecida por “literatura de cordel”, por ficarem expostos à venda pendurados em barbantes ou cordas, presos com pregadores de roupa. Este tipo de literatura ocupa um espaço de criação que deve ser percebido em seus vários níveis: o simbólico, o artístico, o lingüístico, o social, o político, o econômico e, especialmente, o histórico. Desde que surgiu no Nordeste do Brasil, em meados do século XIX, independente do sistema literário institucionalizado, vem testemunhando fatos históricos e revelando a preocupação dos poetas, leitores e ouvintes com o mundo ao seu redor.           
A literatura de cordel foi muitas vezes acusada de reproduzir valores tradicionais e conservadores, tendendo a assimilar o discurso das instituições oficiais, sendo incapaz de gerar ou criar seus próprios significados simbólicos. Mas uma leitura mais cuidadosa da poesia de cordel revela uma grande quantidade de personagens estradeiros, astutos, trapaceiros – verdadeiros anti-heróis que sobrevivem de expedientes e artimanhas, que lhes valem como alternativa para escapar do sistema opressor e que reviram o mundo com humor. São personagens famosos como João Grilo, Pedro Malasartes, João Leso e Cancão de Fogo.      
Inúmeros são os eventos do século XX contidos nos folhetos que relatam o cotidiano da nossa História e nos quais são dadas representações diversas das contidas nos livros didáticos. Estes folhetos, além de relatarem fatos sociais, políticos, econômicos, como inundações, secas, casamentos, vitórias eleitorais, adoção de novas leis, vida e morte de políticos, servem também para suprir a escassa circulação de jornais no sertão. Ao mesmo tempo em que representam uma forma de literatura, informam sobre os acontecimentos da época. Neste sentido, o folheto de cordel se transforma numa rica fonte de pesquisa para a História, a Sociologia, a Antropologia e a Literatura.


Caminhos para o estudo da História por meio do cordel
Para trabalhar o cordel em sala de aula, deve-se escolher um tema que seja relacionado à matéria. A partir daí, algumas questões ajudam a conduzir a investigação desse documento:
* Como é tratado esse tema? Quais os pontos que se aproximam e quais os pontos que se distanciam da versão do livro didático?
* Apresentação do autor: como um narrador, uma testemunha ou uma personagem da história? É possível identificar a origem regional e social do autor?
* Apresentação da narrativa: como forma de uma reportagem, um ensinamento, um aconselhamento, um protesto ou uma contestação?
* Personagens principais e secundários: são heróis positivos, heróis negativos, heróis ambivalentes, ou são feitas caricaturas desses heróis? Como são as relações entre essas personagens?
* Que valores são passados, pelo autor, através do texto: uma visão maniqueísta, uma preocupação com a moral, uma justificativa, uma aplicação da justiça?
* Quais são os recursos usados pelo autor: uma peleja, um diálogo com o céu ou com o inferno, ou apenas uma narrativa de acontecimentos?
* Como é escrito o poema: ele traz regionalismos, gírias, ditos populares, crenças e superstições?

Um comentário:

  1. meu nome e claudio a escola pescadpr temque que melhorar nas educaçois.eu sou o aluno da pro gilmaia.alunos vamos inventar coisas.eu temho coisaas e elas sao canpionato de ioio fenix ou qua quer ioio,canpionato de dança e canpionato de cantar.a outra coisa o ioio temque que ficar pra sima e pra baixo e nao pode tocar nao mao nem no dedo.

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