quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

LIBRAS Proposição de Expectativas de Aprendizagem



O estabelecimento de expectativas de aprendizagem para crianças surdas não pode deixar de considerar que, por ter perda auditiva, a pessoa surda compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras (Brasil, 2005).
O fato de ter acesso ao mundo pela visão e não pela audição, caracteriza as pessoas surdas como diferentes e não deficientes em relação às ouvintes.
Esta diferença deve ser contemplada na educação de crianças, adolescentes e adultos surdos, razão por que se considera hoje a língua de sinais a língua de instrução dos alunos surdos, ou seja, aquela que vai ser usada para explicar todos os conteúdos escolares para os alunos surdos.
O Decreto Federal 5626, de 22 de dezembro de 2005, estabelece que os alunos surdos devam ter uma educação bilíngüe, na qual a Língua Brasileira de Sinais é a primeira e a Língua Portuguesa, na modalidade escrita, a segunda. Neste modelo, a Língua Brasileira de Sinais é a língua de instrução no sentido de que vai possibilitar o acesso ao conteúdo de todas as disciplinas, inclusive de Língua Portuguesa.
Para isso, ela deve ser adquirida pelas crianças surdas o mais cedo possível, o que, em geral, vai se dar na escola, preferencialmente na interação com interlocutores surdos, usuários da Língua Brasileira de Sinais.
Além de ser língua de instrução, no modelo bilíngüe, a Língua Brasileira de Sinais é uma disciplina que vai possibilitar aos alunos surdos tanto conhecimento, ampliação e aprofundamento no uso da língua, quanto reflexão sobre a sua gramática e sobre o funcionamento da língua nos diferentes usos: coloquiais, literários, formais e informais, entre outros.
Há que destacar, ainda, que a interação com interlocutores surdos vai permitir aos alunos surdos, além da aquisição da Língua Brasileira de Sinais, conhecerem as diferenças culturais decorrentes do fato de terem acesso ao mundo pela visão, bem como constituírem uma autoestima positiva, o que vai contribuir para que se identifiquem como diferentes, mas não como deficientes em relação à maioria ouvinte.

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