segunda-feira, 28 de abril de 2014

O BRASIL NAS COPAS DO MUNDO

O Brasil é o único país a participar de todas as 18 Copas do Mundo já disputadas e é o maior vencedor do torneio com cinco títulos. A primeira aparição, em 1930, no entanto, foi discreta e a seleção nacional disputou apenas dois confrontos e terminou em sexto lugar. De positivo apenas o gol feito por Preguinho, jogador do Fluminense, contra a Iugoslávia, o primeiro do país na história do torneio.

Nos mundiais seguintes a seleção brasileira evoluiu sobremaneira. Depois de um quinto lugar em 1934, na Itália, a equipe encerrou na terceira posição a edição de 1938, na França, quando Leônidas da Silva, apelidado de “Diamante Negro”, consagrou-se como artilheiro da competição, com oito gols.

Em 1950, quando o campeonato mundial voltou a ser realizado após doze anos de suspensão por causa da Segunda Guerra Mundial, o Brasil foi escolhido para ser país-sede. Comandado por Ademir de Menezes, o famoso “Queixada”, artilheiro da edição com nove gols, e pelo atacante Zizinho, considerado por especialistas como um dos melhores jogadores de todos os tempos, a seleção brasileira goleou adversários até a partida decisiva. Depois de arrasar a Suécia por 7 a 1 e a Espanha, por 6 a 1, enfrentou o Uruguai e ficaria com a taça com um simples empate.  Mas o pior aconteceu: depois de sair na frente, com um gol de Friaça, o Brasil permitiu a virada uruguaia com Schiaffino e Ghiggia, que calou o Maracanã.

Depois do vice-campeonato, os brasileiros entraram como um dos favoritos à conquista de 1954, mas acabaram derrotados nas quartas-de-final pela poderosa Hungria de Puskas, Koczis e Czibor, encerrando a edição na quinta posição.

Quatro anos depois, na Suécia, finalmente o Brasil entraria para a história. Com craques como Nilton Santos, Zagallo, Didi, Vavá, Nilton Santos, Garrincha e um garoto de 17 anos, chamado Pelé, que disputava sua primeira Copa do Mundo, a seleção encantou o mundo.

Os brasileiros passaram com facilidade pela primeira fase e venceram País de Gales nas quartas-de-final, com um gol de Pelé no segundo tempo, o primeiro dele em Copas. Na fase seguinte, o adversário foi a França de Just Fontaine, artilheiro da competição com 13 gols. Era o duelo entre a melhor defesa, a brasileira, e o melhor ataque, o francês. Não deu outra: Pelé brilhou e balançou a rede três vezes na vitória por 5 a 2.

Na decisão o adversário foi a Suécia, país anfitrião. Os brasileiros novamente arrasaram e venceram novamente por 5 a 2, com dois gols de Pelé, dois de Vavá e um de Zagallo. Era o primeiro título mundial da geração comandada pelo “Rei do Futebol” e Garrincha.

Em 1962, no Chile, viria a conquista do bicampeonato. Contudo, engana-se quem pensa que foi fácil. Os brasileiros viram Pelé contundir-se na segunda partida contra a Tchecoslováquia e sofreram na partida contra a Espanha, que saiu na frente, mas o Brasil, liderado pela magia de Garrincha e com o oportunismo de Amarildo, substituto de Pelé, virou com dois gols do atacante reserva, avançando no certame. Nas quartas-de-final, a equipe  venceria a Inglaterra por 3 a 1, com show do “Anjo das Pernas Tortas”. Na semifinal triunfo sobre o Chile por 4 a 2, com dois gols de Garrincha e outros dois de Vavá.

A final foi contra a Tchecoslováquia, com quem o Brasil havia empatado por 0 a 0 na primeira fase. Com Pelé machucado, a responsabilidade ficou nas costas de Garrincha, que não decepcionou. O Brasil saiu perdendo, mas empatou com Amarildo, que substituiu o “Rei” à altura naquela Copa. No segundo tempo, Zito e Vavá ampliaram o marcador e os brasileiros sagraram-se bicampeões mundiais.

Com falhas de planejamento, que começaram com a ampla convocação de jogadores que foram sendo cortados, e uma equipe desentrosada, mesmo contando com craques do nível de Pelé, Garrincha e Tostão, os brasileiros não apresentaram um bom futebol e decepcionaram em 1966, na Inglaterra, obtendo apenas a 11ª posição. A seleção cairia na primeira fase, obtendo vitória apenas sobre a Bulgária. A derrota para Portugal, em uma partida em que Pelé foi caçado em campo, decretou a eliminação da equipe canarinho.

Em 1970, o mundo se rendeu de vez a Pelé e ao talento brasileiro, que contava com o “Furacão” Jairzinho, Tostão, Carlos Alberto Torres, Rivelino e Gérson. Depois de encerrar a primeira fase invicto, o Brasil bateu dois adversários sul-americanos – Peru e Uruguai – e chegou em mais uma final, desta vez contra a Itália. Na decisão, a eficiência e a habilidade da equipe superaram os europeus em uma mágica goleada por 4 a 1, com gols de Pelé, Gersón, Jairzinho e Carlos Alberto Torres, capitão da equipe, depois de um chute inesquecível. Era a conquista do tricampeonato e da taça Jules Rimet em definitivo.

Nas edições seguintes, em 1974, na Alemanha Ocidental, e em 1978, na Argentina, os brasileiros não repetiram os bons desempenhos e terminaram na quarta e na terceira posições, respectivamente. No país vizinho, porém, a seleção se auto-proclamaria “campeã moral”, nas palavras do técnico Cláudio Coutinho, por ter deixado o campo invicta.

Em 1982, na Espanha, com um time repleto de craques como Júnior, Falcão, Zico e Sócrates, o Brasil tinha tudo para ser campeão, mas esbarraria na Itália no que ficou conhecido como “Tragédia do Sarriá”.  O atacante Paolo Rossi seria o carrasco ao marcar três vezes e derrotar o Brasil por 3 a 2. A quinta colocação na Espanha voltaria a se repetir em 1986, no México, quando a mesma geração, mas com Careca e Muller, perdeu, nos pênaltis, para a França, de Platini, nas quartas-de-final, após empate por 1 a 1 no tempo regulamentar.

Em 1990, na Itália, mais decepção e a eliminação para a Argentina, sua maior rival histórica, com um gol de Cláudio Caniggia, nas oitavas-de-final. Sob o comando de Sebastião Lazaroni, a equipe deixaria o país europeu com a nona colocação.

A Copa de 1994 foi disputada nos Estados Unidos, país sem tradição no futebol. Com uma seleção formada por jogadores como Dunga, Taffarel, Branco, Bebeto e Romário, viria o sonhado tetracampeonato em uma campanha invicta. Na final, o duelo contra a Itália teve tintas dramáticas. Depois de superar os donos da casa, além da Holanda e Suécia em partidas emocionantes, o empate com os italianos por 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação forçaria a definição do primeiro tetracampeão mundial na disputa de penalidades. Roberto Baggio, craque maior da “Azzurra”, chutaria para fora e daria o título ao Brasil.

Em 1998, na França, que recebia a competição pela segunda vez, o Brasil tinha tudo para chegar a mais um título. Após uma primeira fase tranqüila, a equipe, comandada pelo tetracampeão Zagallo, eliminara Chile, Dinamarca e Holanda para garantir o lugar em mais uma final. A decisão final foi contra os donos da casa, que contavam com Zinedine Zidane, um dos melhores do mundo na época. O Brasil de Roberto Carlos, Rivaldo e Ronaldo, todos em grande fase, teve antes do jogo seu maior baque. O “Fenômeno” passou mal durante a tarde e teve convulsões. Mesmo assim, recuperou-se e foi para o jogo. Em campo, Zizou e companhia não tomaram conhecimento dos abalados brasileiros e venceram por 3 a 0, levando o título para a França de maneira inédita
.
O Brasil voltaria a dominar o mundo quatro anos depois, na primeira Copa realizada simultaneamente em dois paises, na Coréia do Sul e no Japão. Ronaldo, que vinha de grave lesão no joelho, contou com a ajuda de Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho para dar a voltar por cima. Ele foi o artilheiro com oito gols e marcou os dois da vitória contra a Alemanha que sagraria o Brasil pentacampeão do mundo.

Em 2006, na Alemanha, uma nova decepção. Com o denominado “quadrado mágico” formado por Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano, o Brasil pouco produziu e o quarteto marcou apenas seis gols, sendo incapaz de superar novamente a França, do craque Zidane, que outra vez acabou com o sonho brasileiro e venceu por 1 a 0, gol de Henry, nas quartas-de-final. A equipe encerrou, assim, na quinta posição do torneio.


E em 2010, na África do Sul, novamente ficamos abaixo do esperado. E mais uma vez a seleção brasileira caiu nas quartas-de-final, desta vez, para a Holanda, e de virada - por 2 a 1.

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